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FBI X PIRATARIA
FBI X PIRATARIA

Brasil era o segundo país que mais usava o Megaupload fechado pela FBI

Só os franceses, com 10% do tráfego, utilizavam mais o serviço que os brasileiros

O Megaupload, site de compartilhamento de arquivos que foi fechado pelo FBI acusado de pirataria em massa, tinha o Brasil como seu segundo maior consumidor, segundo o site de monitoramento de tráfego DomainTools.

Só a França usava mais o site, com 10,3% de toda a movimentação da página. O Brasil aparece logo atrás, com 8,4%.

A lista segue com Espanha (7,5%), México (7,4%), Estados Unidos (7,2%) e Japão (5,9%).

Kim Schmitz, fundador do Megaupload, foi preso na Nova Zelândia e já teve sua extradição requisitada para os Estados Unidos. Seu site foi tirado do ar, e ele teve o pedido de liberdade negado pela Justiça.

O Megaupload afirmava reunir 50 milhões de usuários por dia, representado cerca de 4% da internet. A página foi fechada por permitir que conteúdo pornográfico e, principalmente, violação dos direitos autorais circulassem por seus domínios.

O fechamento do site de compartilhamento de arquivos Megaupload na semana passada levou a um aumento do uso da rede P2P para o download de filmes e músicas. O uso das redes "peer-to-peer" (do inglês "ponto a ponto"), usada por programas como Napster e Kazaa e permite a troca de arquivos entre PCs conectados, passou de uma participação irrelevante para até 15% do uso da banda larga na Europa, segundo pesquisa da Internet Observatory. As informações são do site espanhol 20 Minutos.

A rede P2P era muito comum para troca de arquivos antes do surgimento de sites como o Megaupload ou RapidShare. Logo depois do fechamento do Megaupload, na sexta-feira, observou-se um aumento de uso desses tipos de programas. Os mais usados, segundo o relatório da Internet Observatory, foram o BitTorrent, eDonkey e Pando.

Entenda o caso
As autoridades dos Estados Unidos, incluindo o FBI (polícia federal americana), tiraram o Megaupload e outros 18 sites afiliados do ar na noite do dia 19 de janeiro (horário de Brasília) por considerar que o site faz parte de "uma organização delitiva responsável por uma enorme rede de pirataria virtual mundial". O Megaupload teria causado mais de US$ 500 milhões em perdas ao transgredir os direitos de propriedade intelectual de companhias. As autoridades norte-americanas consideram que por meio do site, que conta com 150 milhões de usuários registrados, e de outras páginas associadas, ingressaram cerca de US$ 175 milhões.

Em resposta ao fechamento do Megaupload, o grupo de hackers Anonymous bloqueou temporariamente o site do Departamento de Justiça, do FBI e o da produtora Universal Music, entre outros na noite de 19 de janeiro, horário de Brasília. De acordo com os hackers, foi o maior ataque já promovido pelo grupo, com mais de cinco mil pessoas ajudando.

No dia 20 de janeiro na Nova Zelândia, noite de 19 de janeiro no Brasil, a polícia neozelandesa realizou uma operação na qual confiscou dos detidos e do Megaupload bens avaliados em US$ 4,8 milhões, além de US$ 8 milhões depositados em contas abertas em diversos bancos do país. Nesta operação, Kim Schmitz, mais conhecido por Dotcom, fundador do Megaupload, e os outros três envolvidos, foram presos. Desde então, outros acusados de participar do negócio, alguns fugitivos, vêm sendo presos ao redor do mundo. Dotcom, que teve o pedido de fiança negado, está preso desde o dia 20 de janeiro na Nova Zelândia e deve permanecer até o dia 22 de fevereiro, quando termina o prazo do pedido de extradição para os Estados Unidos.

Megaupload Ltd., e outra empresa vinculada ao caso, a Vestor Ltd, foram indiciadas pela câmara de acusações do Estado da Virgínia (leste) por violação aos direitos autorais e também por tentativas de extorsão e lavagem de dinheiro, infrações penalizadas com 20 anos de prisão. Embora tenham participado da operação, as autoridades da Nova Zelândia não devem apresentar acusações formais contra o site.

O anúncio do fechamento do Megaupload ocorreu em meio a uma polêmica nos Estados Unidos sobre dois projetos de lei antipirataria, o Sopa (Stop Online Piracy Act), que corria na Câmara dos Representantes, e o Pipa (Protect Intelectual Property Act), que era debatido no Senado, contra as quais se manifestou, entre muitos outros, o site Wikipédia, interrompendo seu acesso no dia 18 de janeiro, e o Google mascarando seu logo. O protesto foi chamado de apagão ou blecaute pelos manifestantes.